sábado, 23 de julho de 2016

Na Banheira

2014

Debaixo da água
Sou/estou em uma sopa de mim mesma
Em que pele viva e pele morta se misturam diluídas numa mesma matéria
Meu corpo submerge minhas angustias
Que com o sonolento fechar dos olhos evaporam
E por um breve momento tenho a sensação de paz
Minhas pernas já dormentes sonham
A respiração uma vez ofegante agora é como uma pluma num céu límpido
Que flutua devagar rumo ao chão
Minha mente esta em plena harmonia com o espaço
De olhos ainda fechados me enxergo de longe, em transe
Em fase de purificação e transcendência
A pele renovada ganha outra textura
É resistente as impurezas do mundo
Me protege da dor intangível
É uma capa quente de sensações claras
A consciência se perde no ar até que quando essa dança de oscilações atinge o solo, eu abro os olhos e sou um alguém mais firme, ao mesmo tempo mais leve.

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