sábado, 17 de outubro de 2020

o que mata é nascer
com seis com dois com
quinhentos milhões
e quinhentos mil anos
dedos impressos nas rochas
na cal solitária dos muros
na digital futurística
de um passado que
já foi futuro e o sangue
seco no papel o meu
sangue cego surdo
gritante
emaranhado nas letras
fugidias nas vozes
ferozes que me
alcançam no íntimo
úmido num átimo
e mínimo segundo
em que já sou primeira
ou última nessa
rede viva de memórias

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