entranham-me quenturas serelepes,
percorrem-me a carne tesa e flácida nas margens,
tremem-me o tecido musculoso e vibram-me as partes ocultadas
sob os tecidos viscosos, maleáveis, que colam-se às minhas mamas molengas.
percorrem-me a carne tesa e flácida nas margens,
tremem-me o tecido musculoso e vibram-me as partes ocultadas
sob os tecidos viscosos, maleáveis, que colam-se às minhas mamas molengas.
a libido salta:
corre e
pressiona e
ganha impulso e
dispara
vertical
no ar.
gente gente gente
um corpo
meu deus
um corpo
que não é o meu!
meu deus me dê um corpo
que diga ao meu com gestos:
- você é um outro
me deixe ser outra
nessa noite abafada
sua e sua e pele e
um pouco de sangue
e geme geme geme
as bordas dissolvem um corpo que já não é este,
as fronteiras suspendidas no ar são lagartixas de luz
dançando eufóricas ao som dos tambores que rufam e furam
milhares de cabeças que flutuam no quarto, sem torso nem rosto.