terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Se achegue cá, tatu
Que quero te ver bunito
Venha e traga frutas vermelhas ou roxas
Doces e suculentas
Pra encher as gengivas desse gozo fortificado
Pois traga também palavras bem selecionadas
E prepare a língua, meu amor
Que já anseiam meus ouvidos  
Por tua voz grave ruborizada em versos roubados
De caroços alheios
Canta o cântico dos enamorados
Me encanta com a melodia do fundo
Do poço primevo  
Onde fervem, pois, os teus versinhos pequetitos
Milimétricos  
E depois ainda,  
À conta-gotas
Sussurra-me nas orelhas eriçadas
A medida – fonte abrupta – do teu desejo

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