segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Como os meninos-vênus nas canções da bjork
Quem diria que caberiam tantas pérolas na sua boca
Não é que a gente mente quando perguntam o que a gente ta pensando
Damos uma resposta evasiva
Em contramão do desejo de dizer exatamente o que se espera que diga
E é verdade
Era isso mesmo que você achou que eu estava pensando que eu estava pensando
Idéia loka
É estranho e incrível como se pode falar com o corpo sem dizer palavra alguma
É afrodite e eros em unidade
E como saber se já não se passaram nove anos
Enquanto te olhei dentro de teus cristais
E achei que poderia ser você por um segundo
Beijei tua boca com cheiro do meu sexo
É possível preencher os vazios esbranquiçados com carinhos
É possível atravessar a carapaça, a segunda pele, até a intimidade em carne viva e renovada
Se pudesse fazer um som feito o da cigarra
E te contar um conto romeno muito doido
Seria entender a borboleta que ainda é larva
E aceitar a seiva do silêncio
Teu corpo fino é mar aberto
Verde-água
Carmim
Estrela do mar
E do céu
Uma serpente que morde a cauda
É uma serpente que morde a cauda
Se passam nove anos
E volto pra casa num carro de fogo
O vento sussurra nos meus ouvidos os segredos da vida
É no limite do desconhecido que se  toca o próprio centro cardeal
Não há mais como se perder
Tento escrever um poema
E pulam da minha boca feito pererecas palavras precipitadas
Insanas para achar seu rumo nesse divagar
É lento como vestir os sapatos
Despir-se das roupas
E vesti-las novamente
É preciso se perder pra se encontrar é o que dizem

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