segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Um poema-vômito não é flor que se cheire

Cada vez que fico mais só
E me retraio pra dentro de meus suores e musgos
Quando eu entro no meu casulo, na minha casa
Meu corpo é minha casa
Quando eu toco meu umbigo com meu nariz
E entro dentro de mim pelo umbigo
E vejo meus órgãos vibrarem
Uma grande orquestra hormonal
E meus olhos observam meu estômago
Do lado de fora sou só uma bolinha de músculo contorcido
E se olhassem pra mim
Estranhariam
Mas ninguém olha
Então eu olho pra dentro do meu umbigo levemente sujo
Toco minhas cavidades internas com a língua
E provo da minha própria gosma
É uma delícia
Um pouco azedo no final
Mas no geral é bem gostoso
Cheiro meus fedores cor de abóbora
E dou um berro bem gritado
Que de tão bem berrado
Implodo
O quarto fica todo vomitado
De órgãos e peles e vozes
Uma gargalhada tremenda
Rebatendo pelas paredes
Até que canse e murche
É o fim

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