sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Viver é caos
Me perco na minha desordem existencial
Sei por algum motivo fundo que sou
Quem devo ser
Quem já sou
Tá nas estrelas
A vontade de virar lama
Não é preciso definir ou entender
Mas é preciso ser sincera
Com o turbilhão luminoso que se emaranha dentro de mim
Minha cara cada vez mais estranha diante do espelho
Estou mudando?
Pra onde seguir?
O que quero?
O que me faz sentir a criança que me habita?
É preciso colocar pra fora em corpo em traço em som
A liberdade a melancolia
Meus pulsos impulsos expulsos de mim em cor
Me reconheço no outro e me misturo com ele
E de repente
Me descolo de mim
Eu sou
Eu sou o sol indomável
Eu sou o espírito livre
Eu sou o berro e o riso mais fundo que há
Que sai da minha garganta arranhando
Extravasando tudo
E chega ao mundo grunhido
E então percorre as noites tilintantes
Escapando de mim risonho
Sonha a cabeça dos dormintes
E pinga da pia do céu iluminado de raio
Serena é a chuva que cai de fininho
Eu sou tudo e todos
Eu não sou nada
E não é isso mesmo ser deus?

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