poesia
esse estado
de transe
loucura
beira
nem eira
:
tento me expressar em seus embalos
ritmos encadeados desenfreados
abalos sísmicos na madrugada
teu alento se faz casa
em pensamento à
margem d'água...
perdoa se é demais ainda
pro pouco tempo de cafuné
é que é tão forte e seguro
esse amor espontâneo
que esqueço da fragilidade
que pode ter um sentimento dúbio
mas te digo crua que acho
que alarga o futuro
poder expressar até os beliscos
que mordem a pele de vez em quando
na presença de um ou outro fantasma;
o passado é rabo longo mas é rastro
late mas não morde
é cachorro pequeno e abusado
não tenho paciência pra esses
mas por acaso gato
eu reverencio
por serem estes
os guardiões dos portais.
atravessar o tempo
exige coragem de vendavais
ousadia de maremotos
inventividade de nuvens
desapego de tudo mais
que não for o sentimento
que emana genuinamente de dentro
pra fora até o centro do universo,
e eu estou pronta.
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