a memória da sua bochecha
corada
a roçar na minha
atravessando a espinha
num sorriso de corpo inteiro:
a imagem de um mamoeiro
pendendo de sua magreza
um farto fruto fértil
a conquista da beleza
em cada ponto plano paisagem
prédio prato miragem
que o olhar alcança
enquanto a memória
avança
e devora
a fruta.
hoje vi uma garça
branca
parada
refletida n'água
e parei
perplexificada
pelas constelações
que se pintavam
líquidas,
o duplo do duplo
o olhar desnudo
tocando a realidade
que então mostrou sua calma
sua alma e sua lama
naquela garça
parada.
o amor está ao nosso redor
como o ar que nutre a todos
na proporção exata
desde as plantas
em sua capacidade
de alimentar-se de estrelas
até clarice e sua capacidade
de antever o futuro
no imediato,
há um rastro
que reverbera
entre um
e outro
os unindo
pelo amor,
é então que as bochechas
relampejam
de uma sincera alegria
pois reconhecem as suas
no capim à beira do lago
iluminado
na teia que liga a garça
ao mamoeiro
e a mim
e a ti,
num constante ato
mágico
tácito
poético
de dizer sim.
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
poesia
esse estado
de transe
loucura
beira
nem eira
:
tento me expressar em seus embalos
ritmos encadeados desenfreados
abalos sísmicos na madrugada
teu alento se faz casa
em pensamento à
margem d'água...
perdoa se é demais ainda
pro pouco tempo de cafuné
é que é tão forte e seguro
esse amor espontâneo
que esqueço da fragilidade
que pode ter um sentimento dúbio
mas te digo crua que acho
que alarga o futuro
poder expressar até os beliscos
que mordem a pele de vez em quando
na presença de um ou outro fantasma;
o passado é rabo longo mas é rastro
late mas não morde
é cachorro pequeno e abusado
não tenho paciência pra esses
mas por acaso gato
eu reverencio
por serem estes
os guardiões dos portais.
atravessar o tempo
exige coragem de vendavais
ousadia de maremotos
inventividade de nuvens
desapego de tudo mais
que não for o sentimento
que emana genuinamente de dentro
pra fora até o centro do universo,
e eu estou pronta.
esse estado
de transe
loucura
beira
nem eira
:
tento me expressar em seus embalos
ritmos encadeados desenfreados
abalos sísmicos na madrugada
teu alento se faz casa
em pensamento à
margem d'água...
perdoa se é demais ainda
pro pouco tempo de cafuné
é que é tão forte e seguro
esse amor espontâneo
que esqueço da fragilidade
que pode ter um sentimento dúbio
mas te digo crua que acho
que alarga o futuro
poder expressar até os beliscos
que mordem a pele de vez em quando
na presença de um ou outro fantasma;
o passado é rabo longo mas é rastro
late mas não morde
é cachorro pequeno e abusado
não tenho paciência pra esses
mas por acaso gato
eu reverencio
por serem estes
os guardiões dos portais.
atravessar o tempo
exige coragem de vendavais
ousadia de maremotos
inventividade de nuvens
desapego de tudo mais
que não for o sentimento
que emana genuinamente de dentro
pra fora até o centro do universo,
e eu estou pronta.
Venho gritando seu nome
aos sete ventos,
na janela do ônibus
feito cão sem dono.
Tenho certeza plena
de que quero estar contigo,
meu amor!
E é maravilhosa
a sensação de escolha.
Por isso eu te peço
mais uma vez
namora comigo,
que eu te prometo
que vai ser novo
a cada ciclo,
um padroeiro diferente
a cada mês,
reafirmado os votos
em cada vez,
abençoadas
na generosidade de Leonardo
ou na sabedoria de Rogério...
Seguimos estrada,
firme,
rumo à vida
assertivamente
acolhida
a cada passo.
aos sete ventos,
na janela do ônibus
feito cão sem dono.
Tenho certeza plena
de que quero estar contigo,
meu amor!
E é maravilhosa
a sensação de escolha.
Por isso eu te peço
mais uma vez
namora comigo,
que eu te prometo
que vai ser novo
a cada ciclo,
um padroeiro diferente
a cada mês,
reafirmado os votos
em cada vez,
abençoadas
na generosidade de Leonardo
ou na sabedoria de Rogério...
Seguimos estrada,
firme,
rumo à vida
assertivamente
acolhida
a cada passo.
domingo, 5 de agosto de 2018
Bruno à 299 792 458 m/s
ela é linda, meu bem
que bom saber que você está amando de novo
é de encher o peito de esperança
mas confesso
que rolam-me as lágrimas
pelos tantos quilômetros de distância
entre o que fomos e o que somos
já estamos mais perto de sermos outros
do que estamos de sermos aqueles
mas ainda tenho nosso quadro
sobre a minha cama
para celebrar o amor que eu sei
que me é total
que é aquele transbordante ainda
que aprendi contigo a sentir
que vi crescer em mim até virar pedra
nos rins
e que não me pertence
o amor não pertence
atravessa
transborda
de dentro pra fora
é por isso que me alegra saber
que você está amando de novo, meu bem
porque você é e sempre será estrela
dentro do meu peito
luz própria
independente
rastro
de
luz
na
memória
do
céu
que bom saber que você está amando de novo
é de encher o peito de esperança
mas confesso
que rolam-me as lágrimas
pelos tantos quilômetros de distância
entre o que fomos e o que somos
já estamos mais perto de sermos outros
do que estamos de sermos aqueles
mas ainda tenho nosso quadro
sobre a minha cama
para celebrar o amor que eu sei
que me é total
que é aquele transbordante ainda
que aprendi contigo a sentir
que vi crescer em mim até virar pedra
nos rins
e que não me pertence
o amor não pertence
atravessa
transborda
de dentro pra fora
é por isso que me alegra saber
que você está amando de novo, meu bem
porque você é e sempre será estrela
dentro do meu peito
luz própria
independente
rastro
de
luz
na
memória
do
céu
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
Se saudades sinto
de repente
na lembrança pousa
suavemente
como um rastro de luz
certa partícula viva
que se produz no encontro
entre dois seres.
Encontro este
que os transforma
intimamente
e assim também
o curso da história.
Essa afetiva memória
percorre a espinha como presença.
Avisando ao meu corpo
que seja forte
e honre a passagem
de cada gente
sul ou norte
que me atravessou
e mudou os rumos do meu navegar.
Vou ao lado da Sorte neste imenso mar
de águas infinitamente possíveis
a revés da morte
e trajando bandeira
esbravejar:
"serei mais forte
serei mais suave
serei firme como a rocha
e doce como o mar,
pois esta partícula vibra
em meu ser inteiro,
indivisível,
como a certeza
de que já é tempo
de ser-me,
corajosamente,
este eu-possível"
de repente
na lembrança pousa
suavemente
como um rastro de luz
certa partícula viva
que se produz no encontro
entre dois seres.
Encontro este
que os transforma
intimamente
e assim também
o curso da história.
Essa afetiva memória
percorre a espinha como presença.
Avisando ao meu corpo
que seja forte
e honre a passagem
de cada gente
sul ou norte
que me atravessou
e mudou os rumos do meu navegar.
Vou ao lado da Sorte neste imenso mar
de águas infinitamente possíveis
a revés da morte
e trajando bandeira
esbravejar:
"serei mais forte
serei mais suave
serei firme como a rocha
e doce como o mar,
pois esta partícula vibra
em meu ser inteiro,
indivisível,
como a certeza
de que já é tempo
de ser-me,
corajosamente,
este eu-possível"
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