segunda-feira, 7 de abril de 2025

Nessa manhã perfeita
De frio ensolarado
Cabe a minha infância inteira
E todo o inesperado 

O mundo se move comigo
Mas o tempo descansa parado
Enquanto pedalo minha bicicleta 
E o vento arrepia gelado

O sol cresce à pino
Arranha o topo do céu
A tarde uma camada fina
Escorrendo feito mel

O ar parece mais leve
Depois que a chuva o varreu
O azul penetra os pulmões 
E faz outono em corpo meu

A noite desce igual manto
Cobre a cidade de escuro
Sua voz é tecida com as luzes
Que piscam como sussurros

Apesar de faróis e buzinas
O silêncio ainda escuto
Esse diapasão interno
Som delicado e bruto

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