já é claro
no fundo do céu
que amontoado de ventania
escapa do meu olhar
e te atinge em cheio
ossos boca pulmão
(a tua pele espessa)
eu estou cheia de ventania leve
como quem medita
e sente o cheiro da hortelã
dorme já em mim de madrugada
e já é claro
enquanto sonho novos alfabetos
que a tua presença se amacia
e toma forma sobre a minha superfície
superfície também é fundo
é céu espelhando mundo
escuro
escuro
claro
já é claro
um sol nascendo no meu peito
a luz atravessando meus órgãos
quero dançar a dança sideral dos órgãos
meu pâncreas colado no teu
trocando fluídos e espaços
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