o escuro lumeia-me o vago olhar
a escanear os escombros
deste apagado quarto,
escondido sob a sombra
de um imenso barco,
esquecido,
encalhado
nas areias do tempo
que se esqueceu de cair
sobre nossos corpos
desérticos,
vastos,
esparramando-se
sem fronteiras
no espaço...
a escanear os escombros
deste apagado quarto,
escondido sob a sombra
de um imenso barco,
esquecido,
encalhado
nas areias do tempo
que se esqueceu de cair
sobre nossos corpos
desérticos,
vastos,
esparramando-se
sem fronteiras
no espaço...
secos, nossos dedos
não encontram nada
a não ser derivas,
sonhos desalumiados,
encardidos de esperas...
somente os olhos,
envidraçados e oblíquos,
perdidos nos tantos périplos
que não se deram
em sabe-se quais mares,
guardam um resto,
um rastro longínquo,
de umidade...