As quinas da casa
reluzem mistério.
Eu passeio por entre suas bordas
como um gato
atravessando as brechas
do tempo:
Com um olhar sério
atento ao que não se ouve:
se anuncia
nos panos gastos que cobrem o sofá
no ranger das portas
no estranho espelho
que mira esta nova sombra
a vaguear os cômodos
como espectro.
Em cima da mesa
há um som etéreo,
Por debaixo das frutas
um mel de histórias
escorrendo,
aéreo
como um sonho...
Vasta solidão a qual me exponho.
Há um arrepio desconhecido
me percorrendo a espinha,
Mas,
entre as frestas
que se multiplicam
ao meu redor,
Há um silêncio
que me saúda
como velho amigo.