Viajo num avião por cima do oceano das imagens
que circulam feito doidas dentro da minha cabeça
Sua cara reaparece na rua no rosto de outras pessoas
mais velhas e mais novas
Faz tanto que não te vejo não sei mais como é seu cheiro
mas sei que se sentisse de novo era capaz de enlouquecer
Volto praquela noite na rede quando eu te vi pela primeira vez
e vc falou alguma coisa sobre neutral milk hotel
Nem consigo respirar entre as palavras que vão se alongando
além do meu dedo nervoso e a falsa calma que vc me trazia
E escrevo isso frenética com meus headphones
devidamente pousados sobre os meus ouvidos
só pra ter um pouco da loucura que ainda salvo com a memória
que ainda guarda um mel todo específico
uma vibe de foto analógica e de coisa que nunca existiu
Não quero mais mentir pro meu corpo tolo
por isso esqueço essas bobagens adolescentes de epifanias apaixonadas
e vou viver o amor denso e forte que vem crescendo no meu peito
que se oferece como maçã madura pra se colher do pé
Não aquele anseio pré maturo das não-palavras
do teu dente pequeno mas maior que a sua boca
Recupero esses momentos salivares porque sou saudosista por vocação
exalto a memória como parte constituinte da minha identidade trans-lúcida
e foi pois tão intenso na minha cabeça e nos pés e nos olhos que viam o céu
e os prédios em que vc apontava uma arquitetura meio comunista ou só o azul
que faço as minhas devidas preces, agradeço e deixo ir
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Quando a amplitude atinge minhas retinas
Dilatando minha pupilas viciadas
E encontro as coisas vibrando, imóveis
Meu pulso acelera
E fraquejo na vontade de ocupar todos os espaços ao mesmo tempo
de perder o controle das pernas
de ser o carro acelerado
a estrada
as estrelas
de correr a 150 km/h
de me jogar na frente de um carro só pra sentir o impacto
Então chego em casa dilatada
E preciso ouvir o som elétrico que sai do laptop
Pra ter qualquer arrepio na espinha
Ainda que meu corpo fadigue
Há uma pequena falta de ar entre
Uma respiração e outra
Dilatando minha pupilas viciadas
E encontro as coisas vibrando, imóveis
Meu pulso acelera
E fraquejo na vontade de ocupar todos os espaços ao mesmo tempo
de perder o controle das pernas
de ser o carro acelerado
a estrada
as estrelas
de correr a 150 km/h
de me jogar na frente de um carro só pra sentir o impacto
Então chego em casa dilatada
E preciso ouvir o som elétrico que sai do laptop
Pra ter qualquer arrepio na espinha
Ainda que meu corpo fadigue
Há uma pequena falta de ar entre
Uma respiração e outra
Assinar:
Postagens (Atom)