quinta-feira, 22 de setembro de 2016

La vida en rojo ou Ode ao vermelho

A terra o sangue a carne
O vermelho é a víscera da vida
A fome e a vontade de arranhar a pele
De certo que o azul o amarelo e o laranja também são a vida
Porém de forma mais branda
O vermelho é o fogo
É toda a intensidade que corre nas veias
O azul o círculo e a nota dó são o divino espiritual
O vermelho é a cor que habita os ventres
É a carniça é o dente que morde
O calor do sol é vermelho quando toca os corpos nus
A vida é nua
A vida é crua
A vida é dentes e unhas
Avermelhada e úmida
O leite que escorre das tetas
O cuspe e o movimento
O berro
O nascimento
A coragem que racha as rochas

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Que saudade que eu tenho
Daquele calor de não respirar direito
De ver tudo torto
Eu e você de calças arregaçadas
Com o pezinho na água
Naquela casa no meio do nada
O jardim de concreto e mato seco
Nós, ruínas
Saudade de montar em você e chorar de amor e tristeza
A tristeza gruda na pele
O amor derrete
Eu beijo teus lábios úmidos
Como se fosse a última coisa a fazer
Antes de me esvair com o vento
Aspiro teu cheiro fundo
Te beijo inteiro
Cada parte de pele
Te seguro mas já sei que não é mais meu
Que tesão triste
Em cima do telhado te bato uma punheta
O céu é enorme
É enorme é enorme
O desejo atravessa a estratosfera
Mas só por um segundo
E que triste
Morremos
Morremos
Morremos